E vós outros estáveis mortos por vossas faltas, pelos pecados que cometestes outrora, seguindo o modo de viver deste mundo, do príncipe das potestades do ar, do espírito que agora atua nos rebeldes. Também nós todos andamos entre esses, quando outrora vivíamos nos desejos carnais, fazendo a vontade da carne e da concupiscência; éramos, como os outros, verdadeiros objetos da ira divina. Mas Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande amor com que nos amou quando estávamos mortos em conseqüência de nossos pecados, vivificou-nos junto com Cristo. É por graça que fostes salvo. Juntamente com Ele, nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus com Cristo Jesus (Ef 2,1-6).
Em virtude de nossa vida mundana, de nosso afastamento, porque estávamos longe da oração, da Eucaristia, longe de Deus, tínhamos nos transformado em galhos afastados do tronco; estávamos murchos, mortos. Mas o Senhor bondosamente nos vivificou; fomos enxertados no tronco, que é Nosso Senhor Jesus Cristo.
Portanto, somos tolos se nos deleitamos com as coisas dos mortos, se agimos como mortos. Os mortos estão se opondo, se desagregando; os casamentos destes estão ruindo. Pela graça de Deus, pelo Sangue de Jesus, fomos ressuscitados e temos de viver na santidade, como vivos. As pessoas precisam respeitar umas às outras, os casados precisam ser fiéis; não podemos nos deixar arrastar pela tentação para as obras más.
Se eu lhe der um copo de suco com algumas gotas de veneno, você irá tomá-lo e assimilará o veneno sem perceber, gostando até. Isso ocorre todos os dias com as pessoas que se deleitam com um mundo de mortos e não percebem que, no fundo, estão sendo envenenadas. Não é possível tomar veneno todos os dias e ser do Senhor. É preciso coerência: os santos precisam viver como santos.
A tentação pôs em nossa cabeça que santidade é uma coisa impossível. E não o é. Quem escolheu a mim e a você não fomos nós, foi o Senhor quem nos enxertou em Cristo, foi o Senhor. A santidade, portanto, foi o Senhor que nos deu, ao escolher-nos; para resgatá-la basta viver no Espírito Santo, na oração.
(Trecho do livro “Caminho para santidade” de monsenhor Jonas Abib).