A verdade precisa ser anunciada

No tempo de João havia aqueles que não aguentaram a perseguição, também a Igreja primitiva foi tomada pela heresia, que foi uma hemorragia interna nessa instituição. Havia também aqueles que desviavam os cristãos retos. Então o grande apóstolo, que também foi perseguido, foi mandado, preso, a uma ilha, de onde se extraía cobre e as pessoas iam morrendo por causa da toxicidade desse metal. Até o gás que se respira nesses ambientes desgasta o físico e a pessoa vai morrendo aos poucos.

João vai fundo e diz a verdade: “Filhinhos, ninguém vos seduza: aquele que pratica a justiça é justo, como também (Jesus) é justo. Aquele que peca é do demônio, porque o demônio peca desde o princípio” (I João 3, 7-8a). Como o saudoso e amado padre Léo, precisamos ser verdadeiros; esse grande homem de Deus era extremamente verdadeiro, e para “aliviar” um pouco, ele brincava um pouco, mas não deixava de dizer a verdade doesse a quem doesse.

Mas por que a verdade precisa ser anunciada, como João a anunciou?

João continua e diz: “Quem vem de Deus não peca, porque o germe divino reside nele; e não pode pecar, porque nasceu de Deus” (I João 3, 9). É estranho porque nós nascemos de Deus e comentemos o pecado. A Bíblia da CNBB explica isso melhor dizendo “Todo aquele que pratica o pecado” – esse verbo não existe em nosso vocabulário, aqui seria aquele que continuamente vive o pecado. São João é claro e afirma que quem é de Deus não vive em uma vida de pecado, pode até cair, mas se levanta, porque a semente de Deus está em quem nasceu d’Ele.

Daí o Senhor “separa as águas” dizendo: “É nisto que se conhece quais são os filhos de Deus e quais os do demônio: todo o que não pratica a justiça não é de Deus, como também aquele que não ama o seu irmão” (I Jo 3, 10). Esse grande santo vai mais fundo ainda ao afirmar: “Também aquele que não ama o seu irmão”.

Nós estamos pedindo a Deus a franqueza do padre Léo, e claro: falar a verdade com caridade, pois isso ele o fazia, pois ele era o padre do coração de Jesus, não apenas da Congregação do Sagrado Coração de Jesus. Foi na consagração que ele aprendeu a ser assim, ele era personalizado, pessoalmente era “o padre do Sagrado Coração de Jesus”. Nós pedimos ao Senhor a graça de ser verdadeiros e misericordiosos, porque dizer a verdade é misericórdia. E peço, para mim, para Bethânia e para Canção Nova que – como padre Léo – sejamos verdadeiros, para não perdermos as pessoas, para que elas não percam a eternidade.

E logo em seguida, o Evangelho vem completar isso nos mostrando aquele dia em que Jesus passou e João O avistou e disse: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib

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