Podemos morrer a qualquer hora, por isso devemos nos preparar para uma boa morte
“E, entretanto, não sabeis o que acontecerá amanhã! Pois que é a vossa vida? Sois um vapor que aparece por um instante e depois se desvanece” (Tg 4,14).
Desde menininho, fui formado na pedagogia própria de Dom Bosco. No colégio, todos os meses, havia um dia penitencial que se chamava “Retiro da Boa Morte”. Era impressionante!
Nós éramos ainda meninos, e esta era a proposta que nos era feita: “Vamos nos preparar como se fôssemos morrer!” Mas como é que você se prepara para morrer?
Nós sabíamos que poderíamos morrer a qualquer hora, por isso nos preparávamos, a cada mês, para que, se morrêssemos, estivéssemos prontos.
Todos os meses, na noite anterior ao dia do “Retiro da Boa Morte”, começavam as confissões, que iam até as 14 horas. Havia uma grande faxina, quando cada um arrumava o seu lugar: a carteira de estudo, o seu lugar no dormitório, o seu armário.
Nós pensávamos da seguinte maneira: “Se eu morresse, como eu gostaria que as pessoas encontrassem o meu armário, a minha carteira, as minhas coisas?”. Com certeza, nenhum de nós gostaria que as pessoas se surpreendessem: “Mas ele tinha isso? Esse vídeo? E esses comprimidos? Essa revista?”.
Podemos achar estranho, mas isso é um segredo de santidade! Nossa vida precisa ser austera, sóbria e humilde.
O segredo está aí: em qualquer coisa, é necessário aceitar e assumir nossa pequenez e pobreza. Precisamos viver com o necessário e nada mais.
Padre Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova