O Ano Santo Jubilar Extraordinário da Misericórdia está atuante e vivo
É a graça do Invisível que opera no visível. É muito bom ver, ouvir e falar do Ano da Misericórdia. O papa Francisco abriu este Ano Santo com sua sensibilidade de pastor, homem de Deus que tem demonstrado que todo ser humano é capaz de receber e oferecer misericórdia.
No Santuário do Pai das Misericórdias é muito bonito e emocionante ver e ouvir as pessoas que fazem a experiência com a Misericórdia do Pai. Nestes primeiros dias de abertura da Porta da Misericórdia, é muito comum ver pessoas que tocam a porta, que rezam ao encostar na porta, pessoas que entram, dão alguns passos e se ajoelham para rezar. Cada pessoa faz a sua experiência. É claro que as lágrimas são inevitáveis.
Muitos peregrinos vivem seu encontro com o Senhor através do Santuário, e pode-se dizer que é impossível não acontecer algo quando se encontra com Jesus. Encontrar-se com Jesus é encontrar-se com a Misericórdia do Pai, aliás, Jesus é o rosto da misericórdia, já ensina o Papa Francisco na Bula Misericordiae Vultus. Jesus se apresentou no Evangelho com o bom pastor (Jo 10,11), disse ser a luz do mundo (Jo 8,12), no Apocalipse disse ser o Alfa e o Ômega (21,6) e ainda disse “Eu sou a porta, quem entrar por mim será salvo” (Jo 10,9).
A Porta é o símbolo deste Ano Santo. É claro que não se trata da porta pela porta como objeto, mas da Porta que é Jesus, pois só por Jesus se obtém a salvação, por isso é preciso passar por ele, a Porta. Passar pela Porta é fazer todo esforço possível para mudar de vida, acolher a misericórdia e ser misericórdia. Muitas vezes lembramos ou acusamos os outros, “os outros são piores do que eu, os outros são pecadores, os da minha casa não tem jeito, eles que deveriam passar por esta porta”.
Família Canção Nova, vamos passar pela Porta da Misericórdia e assumir primeiro que a Misericórdia do Pai é antes de tudo para cada um de nós. Vamos, neste Ano Santo, fazer uma profunda experiência com o amor do Pai. O filho pródigo, após um tempo fora de casa, pôs-se a refletir, “caiu em si” (Lc 15,17) e reconheceu que aquilo que ele vivia não era vida. Talvez, a princípio, ele quis a independência, achou que poderia fazer de tudo e que conseguiria andar por aí sem o pai, mas sentiu na pele que aquilo não era vida de alguém que tinha um pai. Paremos de pensar que só porque temos um pouco de caminhada com Deus que estamos nos céu, paremos de pensar que estamos maduros o suficiente para já não mais contarmos com Ele, paremos de pensar que já somos santos, que estamos salvos, que não temos mais nada a aprender. Façamos uma reflexão e voltemos arrependidos para o Pai, porque não somos tão bons assim sozinhos. Voltemos para o Pai que tem outros filhos, mas tais filhos são meus irmãos, e se Deus é Pai e temos irmãos é com eles que precisamos viver a partilha; temos irmãos e precisamos viver o amor, temos um Pai e devemos amor para com os inimigos e por aqueles que nos perseguem (Mt 5,44).
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
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