O que acontece quando homens e mulheres vivem pela fé?

 O mundo muda quando as pessoas vivem pela fé

“A fé é o fundamento da esperança, uma certeza a respeito do que não se vê” (Hb 11,1).

A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, é a certeza que brota em nós das coisas que não se veem.

Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado da Palavra de Deus, e que o visível veio por meio das coisas invisíveis. Foi Deus, invisível, quem criou as coisas visíveis.

Nós, no entanto, fazemos o contrário, acreditamos no visível, e ficamos receosos com o que não vemos.

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Foto: Wesley Almeida/CN
Nestes tempos, somos assolados por falta de fé. O inimigo vem sobre nós como uma nuvem, envolvendo-nos, asfixiando-nos e sufocando a nossa fé. Se conseguirmos tirar a cabeça dessa nuvem, será pela graça do Senhor.

O fruto da fé é palpável

Somos assolados com uma nuvem de incredulidade. Muitos dos nossos irmãos não creem, porque não aprenderam a crer. Aprenderam as coisas às avessas, veem tudo pelos sentidos; então, se veem, se apalpam, conseguem perceber, porque só percebem o que lhes atinge pelo raciocínio, daí acreditam. Se não veem, não acreditam; se não chega ao seu raciocínio, não creem.

O fundamento da palavra “esperança” é, em grego, “segurança de se conseguir o que se espera, demonstração das coisas invisíveis”.

A fé de todos nós é pequenina como um grão de mostarda. Quando a plantamos, torna-se uma grande árvore. Quando plantamos a fé numa situação, seja ela qual for, vemos como consequência uma coisa palpável.

Por que se tornou visível, palpável? Foi por Deus. Foi preciso que acreditássemos antes no que não víamos, no que era improvável, para tudo acontecer.

Tudo o que somos hoje veio da fé unicamente. Eu tive de acreditar, para depois as coisas poderem acontecer. Ainda agora é assim.

Caminhar como se visse o invisível

Sinto-me um menino andando sob uma corda bamba. Não há nada de segurança, o menino precisa olhar para frente, nunca para baixo, porque embaixo não tem nada. Para equilibrar-se é preciso olhar para frente. Caminhar, como se visse o invisível.

“Os dons de Deus são irrevogáveis” (Rm 11,29). Até quem vai para o inferno tem fé. Lá, ele acredita, mas não tem como alcançar mais o céu. O tempo de aplicarmos a nossa fé é agora.

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Acredite, porque você também está sobre uma corda bamba. Quem busca segurança no emprego, nos bens materiais, no dinheiro, nas posses, títulos e diplomas não está assegurado em nada, porque o mundo está cada vez mais derrubando todas essas coisas.

Em todos os lugares há uma onda de desemprego, de queda de valores financeiros. Mais do que nunca, precisamos viver da fé, olhar para frente, para Jesus que está no meio de nós. Dê um passo depois do outro, só veja o passo seguinte. O começo nos dá a segurança de dar o passo seguinte. Eu só sei o primeiro passo.

É loucura viver pela fé?

Nós, ao contrário, acostumamo-nos a acreditar só naquilo que é calculado. As escolas nos ensinam assim, projetamos e depois iniciamos o plano. Mas viver pela fé não é assim, é preciso dar o primeiro passo. É loucura? Não! Se assim fosse, depois de tudo o que eu fiz, eu seria um louco.

Homens e mulheres de fé vivem pela fé. É inútil, nos dias de hoje, querer viver de outra forma. Quem quiser se basear nos projetos que fez, no dinheiro que tem, nas garantias humanas, vai se frustrar. O próprio sistema financeiro está tirando as coisas de nós.

Tudo vai cair. É por isso que Deus está nos treinando na fé.

Na Canção Nova, aprendemos a viver da fé. Você participa, contribui, vive conosco nossa luta e toca também no invisível que nós tocamos. A Canção nova é uma escola teológica, porque toca no invisível. Aprenda a fazer assim em sua vida também.

Madre Tereza de Calcutá dizia que vivia uma constante aridez espiritual; diante dessa noite escura, ela escolheu ter fé. Um ateu via as pessoas jogadas na rua em Calcutá e dizia: “Estão vendo, Deus não existe!”. Madre Tereza colocava, vez por vez, a semente de sua fé nas pessoas jogadas na rua, nas crianças abandonadas, e dizia: “Que este Senhor ao menos morra com dignidade”.

Posso sentir a fé?

A fé vem de Deus e habita em nós. Não fiquemos, no entanto, esperando sentir algo. As pessoas acreditam que só terão fé quando puderem senti-la.

Quando alguém cresce espiritualmente, ao invés de sentir a fé cada vez mais, ele sente cada vez menos, até chegar ao ponto de Tereza de Calcutá, que não sentia nada. Ela fazia adoração de horas, com os pés deformados, quase sem dedos… Imagine a dor! O que fazia Tereza diante do Santíssimo? Ela não sentia nada, mas acreditava.

Madre Tereza rezava: “Rendo-me diante de Ti, Senhor. Não sinto nada, porque sou um nada; e como sou um nada, como vou sentir algo em Sua presença?”.

Achamos que é o contrário, não é? Pensamos que, quanto mais a pessoa cresce espiritualmente, mais ele vai sentindo a presença de Deus. No começo da nossa conversão, sentimos muito; mas, depois, nada mais. Especialmente na morte, na dor, na angústia e no desespero não vamos sentir nada; e é isso que o Senhor quer que aprendamos. Ele quer que coloquemos nossa sementinha de fé em nossa vida; daí, ele vai fazer brotar dela a vida, a ressurreição.

Senhor, eu creio, mas aumenta a minha fé!

 

 

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