Reze com fé pelos que necessitam das suas orações

Levantou-se, então, no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel. Era doutor da Lei, e todo o povo o estimava. Gamaliel mandou que os acusados saíssem por um instante. Depois disse: “Homens de Israel, vejam bem o que estão para fazer contra esses homens. Algum tempo atrás apareceu Teudas, que se fazia passar por uma pessoa importante, e a ele se juntaram cerca de quatrocentos homens. Depois ele foi morto e todos os que o seguiam debandaram e nada mais restou. Depois dele, no tempo do recenseamento, apareceu Judas, o galileu, que arrastou o povo atrás de si. Contudo, também ele acabou mal, e todos os seus seguidores se dispersaram. Quanto ao que está acontecendo agora, dou-lhes um conselho: não se preocupem com esses homens, e os soltem. Porque, se o projeto ou atividade deles é de origem humana, será destruído; mas, se vem de Deus, vocês não conseguirão aniquilá-los. Cuidado para não se meterem contra Deus!” Os participantes do Sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel. Chamaram os apóstolos, mandaram açoitá-los, proibiram que eles falassem em nome de Jesus, e depois os soltaram. Os apóstolos saíram do Conselho muito contentes por terem merecido sofrer insultos por causa do nome de Jesus. E cada dia, no Templo e pelas casas, não paravam de ensinar e anunciar a Boa Notícia de Jesus Messias. (At 5,34-42).

Esta é a segunda vez que os apóstolos estão sendo presos, porque operavam curas e faziam prodígios em nome de Jesus. Com os dons do Espírito Santo, eles oravam pelos doentes.

“Quantas graças nós temos recebido de Deus!”, afirma monsenhor Jonas

Muitas vezes, as pessoas os acusavam de curandeiros, mas era obra do Espírito de Deus. O Senhor usa de pessoas tão frágeis e despreparadas como nós para orar pelos outros, mas para isso, além de sermos batizados, precisamos ser cheios do Espírito Santo. Isso não é uma recompensa pela nossa santidade, mas um dom de Deus. É só querer e pedir.

Vários de nós, pelo batismo no Espírito, tiveram seu encontro com Jesus. Isso deixa muita gente confusa, mas, em vez de entender o que Deus está fazendo, elas acusam e recusam. Assim como aconteceu com os apóstolos, as pessoas acabam proibindo que os milagres aconteçam. Precisamos rezar com fé pelos necessitados. É como Jesus diz: “Pedir, assim, como se já tivéssemos recebido”.

Imagine que você fez um pedido para alguém e a pessoa está lhe dando uma resposta. Mas para isso ela está lhe enviando uma carta. Ela leva um tempo para chegar até você, mas, na hora em que a pessoa recebe a sua carta, já se dispôs a fazer aquilo que você pediu, porém isso leva um tempo. As graças de Deus também são assim. Por isso, o Senhor nos diz para pedirmos como se já tivéssemos recebido, ou seja, com grande fé.

Deus tem três maneiras de nos responder: sim, não e espere. Algumas vezes, Ele nos dá aquilo que precisamos. Outras vezes, acha que é melhor esperarmos, porque não estamos preparados ou o que pedimos não depende apenas d’Ele, mas de outras pessoas. Como é o caso de pedirmos a conversão de alguém, pois é preciso que ela queira isso, queira mudar de vida. Nesse “espere” de Deus, nós precisamos insistir, porque tudo pode ser mudado pela oração.

O Senhor também pode dizer ‘não’ e, muitas vezes, Ele nos diz. Mas quantas vezes dizemos: “Que bom que Deus não me deu aquilo que pedi!”. Ele sabe das coisas, do futuro, da situação que rodeia aquilo que estamos pedindo. Às vezes, pedimos pelo nosso próprio interesse, mas não vemos as outras coisas que estão ao nosso redor. Deus sabe o que é bom para nós. Ele tem todo um projeto para nós e para os outros. Ele precisa executar esses planos, por isso tem o direito de negar nossos pedidos.

Hoje, vemos como foi bom o Pai não ter atendido o pedido de Jesus para livrá-Lo daquele cálice. Jesus, por vontade do Pai, foi até a Cruz e nos abriu as portas da eternidade, do céu, para que pudéssemos entrar e desfrutar das glórias do Senhor.

Quanta graça nós recebemos! Anos atrás, eu fiz os ritos complementares do batismo de uma menininha de nossa comunidade, cujo nascimento foi um verdadeiro milagre. Ela operou logo depois de ter nascido e, por tudo o que ela passou, ficou muito tempo no hospital. A mãe teve de voltar para casa e a deixou lá. Ela podia apenas ir ao hospital uma vez ao dia para levar o leite materno. O nome da menina é Amanda Vitória, pois foi uma verdadeira vitória o que Deus fez a ela.

O pai da Amanda, Ulisses, pegou um copo com água, antes da cirurgia, e derramou um pouco sobre a cabeça da filha, dizendo: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Após a cirurgia, eu fiz os ritos complementares do batismo dela. O sacramento que ela recebeu de emergência contribuiu para a cirurgia e a recuperação da amanda. Quantas graças nós temos recebido de Deus!

Era isso o que acontecia com os apóstolos, mas o chefe do povo os estava impedindo. O livro dos Atos dos Apóstolos vem nos mostrar a atitude de Gamaliel que, ajuizadamente, diz aos seus companheiros do tribunal: “Não se preocupem com esses homens e os soltem, porque se o projeto ou as atividade deles é de origem humana, será destruído; mas se vem de Deus vocês não conseguirão aniquilá-los. Cuidado para não se meterem contra Deus!” (At 5,38-39).

Quem estava derramando o Espírito Santo era o próprio Senhor, os apóstolos apenas tiveram a graça de recebê-Lo para orar pelas pessoas necessitadas. Nós, muitas vezes, fazemos de tudo pela pessoa que precisa de ajuda, mas deixamos a oração por último, mas ela deve ser a primeira coisa. É isso o que Deus quer que aconteça nos tempos de hoje.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

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