A Palavra nos diz: “Entoai juntos salmos, hinos e cânticos inspirados; cantai e celebrai o Senhor de todo o vosso coração.” (Ef 5,19). O Senhor, que nos criou desse jeito, sabe muito bem o efeito que a música tem sobre nós. Muitas vezes, no Antigo e Novo Testamento, a ordem de Deus é: “Cantai ao Senhor um canto novo”. (Sl 96,1a) Cântico novo é a Canção Nova.
Existe uma canção nova, uma música nova que é do homem novo, da nova criatura, do mundo novo. Música de Deus, que faz nova todas as coisas. Existe igualmente uma canção velha. É a música do homem velho, da velha criatura: Não do espírito, mas da carne. Se a canção nova faz um grande bem, se ela constrói em nós o homem novo, a música velha é sempre um estrago: não somente ela destrói, mas na verdade, pela sua própria origem, ela é um elemento destruidor do homem novo. Ela é um “desastre”. Você já começa a tirar muitas conclusões e tire mesmo.
Não resta dúvida de que a música descansa, relaxa… Você pode até mesmo quebrar o silêncio do ambiente onde entrou e está sozinho com uma música. É até saudável: ninguém estava aí para acolher você, a música acolhe, lhe faz presença, envolve com um certo calor humano. Quebra a solidão, tira a monotonia.Mas é preciso assumir uma atitude ativa. Você escolhe quebrar o silêncio colocando música. Você faz um ato consciente. Além disso, é preciso escolher a música. Ninguém pode, não podemos deixar-nos invadir pela música velha.
Precisamos selecionar, ter critérios e usar de coerência. “Afinal de contas o que estou buscando com essa música? O que estou tentando preencher em mim? O que estou tentando esconder?” Muito sério! A música não é um material “inocente”. Não existe música “neutra”.
Pela nossa vida precisamos ter a mente e os sentimentos de Cristo. Somos feitos para cantar a glória de Deus. Precisamos ensaiar desde agora. Há muito pouco tempo de ensaio. Logo, logo, o Maestro virá e não tardará!
Santa Cecília, rogai por nós.
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib.